Superações

Para explorar o abstrato tema Superações no microcosmo de um grande complexo hospitalar, o fotógrafo André François tinha alguns caminhos possíveis para construir sua narrativa. Um deles seria adotar o papel de um mero espectador, escolhendo enquadramentos sutis para capturar nos rostos, gestos, movimentos e objetos a intensidade física e emocional que envolve superar a dor, o medo e a luta pela vida. Ou poderia compor sua poética a partir de retratos declaradamente posados, com a câmera voltada para o olhar, em ângulos capazes de exprimir a potência dos personagens escolhidos. André optou trafegar pelos dois corredores para colher com imagens a superação diária de médicos, enfermeiros, pacientes, acompanhantes e anônimos. 

Na jornada por consultórios, centros cirúrgicos, laboratórios, enfermarias e vãos do Hospital de Base de São José do Rio Preto (SP), suas lentes capturam mensagens que vão além do que os olhos alcançam. Os retratos vêm acompanhados de depoimentos que deslocam o protagonismo para trajetórias pessoais de luta e superação. Da enfermeira que percorre centros de saúde para convencer famílias a doarem órgãos dos entes queridos, a doutores que venceram a pobreza e a falta de acesso para se colocarem no topo de serviços médicos de excelência, as narrativas da vida como ela é se desenrolam em seus capítulos mais emocionantes, como se pode conferir nesta edição de imagens do projeto Superações. 

Hospital de Base

Referência na região e até mesmo na América Latina, o HB atende uma área de mais de 2 milhões de habitantes. As histórias de vida que circulam nos seus leitos são emocionantes: desde um reencontro de crianças e adolescentes vindos de várias partes do Brasil que conseguiram um transplante de coração até os menores bebês recém-nascidos da unidade neonatal. Tudo isso permeado pelos profissionais mais experientes que se dedicam ao ensino dos mais jovens, que estão estudando e se formando em breve. 

Farmacêuticos – Histórias de uma Vocação

O fotógrafo André François e sua equipe foram em busca de farmacêuticos nas cinco regiões do Brasil com a missão de olhar de perto as relações desses profissionais com suas comunidades.

Apesar da dimensão do país e de suas diferenças culturais e climáticas, o cuidar tem o mesmo propósito em todo o território nacional. Empatia, afeto e respeito são algumas das muitas motivações desses profissionais que fazem a diferença na vida dos brasileiros.

Histórias De Uma Vocação é um documentário sobre farmacêuticos que percorre o Brasil em busca de histórias emocionantes em cidades de até 50 mil habitantes. Com o foco na valorização do profissional, o documentário mostra a relação de cuidado e carinho entre o profissional e a comunidade que ele atende.

1. Camila Nascimento Jorge (13.09.1982) 37 anos, solteira, farmacêutica (x) história - (x) entrevista Local: Bananal SP Status/Obs: foto e entrevista gravada em vídeo Texto: Nascida e criada em Bananal, Camila é uma simpatia. No nosso primeiro contato, ela já nos recebe com um sorriso aberto e pronta pra dividir sua história com a gente. Ela é uma mulher vaidosa, alegre e comprometida com o trabalho. Está arrumada pra receber a gente. Conta que é filha e neta de engeheiros químicos e que, durante a adolescência e começo da vida adulta, gostava muito de música. Já se apresentou em programas de televisão e fez parte do Rouge por um tempo. Sua mãe, Janice, professora de matemática e personalidade da cidade, insistiu para que Camila buscasse uma formação superior e, por causa da facilidade com química e exatas que herdou da família, decidiu prestar vestibular para farmácia. Cursou a graduação em São Paulo e, ao retornar para Bananal, trabalhou durante um tempo aqui até decidir abrir sua própria farmácia. No início, encontrou um sócio e fez contato com uma rede de farmácias, chamada Drogarias Ultra Popular. Conseguiu o aval para se tornar uma franquia e ingressou nessa empreitada. Depois de um ano de negócio, descobriu que seu sócio não geria bem o negócio e fez uma oferta de comprar sua parte. Feito isso, ela passou a administrar toda a parte da farmácia, além de realizar os atendimentos. Sua mãe a ajuda em muitas das tarefas da farmácia. Quando estávamos lá, por exemplo, ela foi ao banco trocar dinheiro por moedas para deixar troco na farmácia. Sua farmácia, a Drogaria São José do Bananal, tem hoje 3 anos de vida; ela, tem 12 anos de formada já. Ela me conta que as duas famílias tradicionais de Bananal que têm as outras farmácias da cidade, não queriam que ela abrisse sua farmácia aqui. Segundo ela, o preço de uma cartela de dipirona custava cerca de 10 reais antes dela abrir seu negócio. Camila tem muito carin
Antônio, Luiz Antônio e Luiz Gustavo. 3 gerações da família. Antônio Maria Claret Chagas (23.08.1945) 73 anos, casado com Suely de Castro Chagas, 2 filhos, sendo um deles Luiz Antônio de Castro Chagas, farmacêutico, 4ª geração de farmacêutico da família Seu Antônio Claret é um simpático senhor que nos conquistou lá de São Paulo. Quando lemos sua história e a história do filho, Luiz Antônio, ficamos encantados por essa família de farmacêuticos que segue essa tradição. Entendemos que sua história também permeia a história da farmácia no Brasil. Da época em que havia poucos médicos disponíveis e os farmacêuticos eram as verdadeiras conexões com a saúde de comunidades inteiras. Que armazenavam as ervas nas boticas e tinham suas fórmulas, cada um com a sua, e faziam os remédios que cada um precisava para se curar. Desta época até a introdução da indústria farmacêutica e os medicamentos industrializados. Com ele, resgatamos toda essa história. De tímido para grande orador – tinha lábio leporino e muita dificuldade para falar em público, seu Antônio nos conta suas histórias com toda pompa que merecem. Desde pequeno, Antônio cresceu na casa com seus pais e seus tios. Irmãos que se casaram com duas irmãs. Seus tios não tiveram filhos e Antônio cresceu muito próximo a seu tio, João Geraldo Chagas, que era farmacêutico. Antônio perdeu seu pai quando jovem, com 15-16 anos de idade e seu tio foi como um segundo pai. Se formou em contabilidade, mas na farmácia, próximo ao tio, aprendeu o gosto pela profissão e pela história da família. Ele nos conta que gostaria muito de ser jornalista, mas ao escolher a profissão, decidiu seguir o caminho de seus antepassados. Cursou a faculdade de farmácia da UFMG, onde se formou em 1975. Seu tio pôde assisti-lo se formando e começando a atuação na farmácia da família. Meses depois, ele faleceu. É nessa época que a indústria farmacêutica começa a substituir os medi
Iracema Pereira Lapa (24.10.1938), 81 anos, paciente de Ivan Max, de Cavalcante. Nasceu em Ibotirama, Bahia, mas viveu toda sua vida em Cavalcante. Ivan Max Vieira Correia (17.10.1980) 39 anos, casado, 3 filhas, farmacêutico, casado com Cristiana, também farmacêutica Nascido em Anicuns, viveu grande parte da vida em Americano do Brasil, Goiás. Veio para Cavalcante há 20 anos. Escolheu se mudar para a cidade para ajudar as pessoas, pois a região é muito pacata e humilde, segundo ele. Ivan promove essa ajuda orientando as pessoas e cuidando delas. O trabalho com farmácia começou quando Ivan tinha 14 anos. Aos 20 anos, ele trabalhava em uma rede de drogarias em Goiânia. Foi quando surgiu a oportunidade de comprar um posto de medicamentos em Cavalcante. (A diferença entre posto de medicamentos e drogaria é que no posto não há a necessidade de farmacêutico atuando). Ele aceitou a oportunidade e se mudou para Cavalcante, onde começou a se desenvolver ainda mais, adquirir aprendizado e perceber o perfil da comunidade. Em 2008, ingressou na faculdade, se formando quatro anos depois. Ivan fez parte da mesma turma de Adriane Rosa, farmacêutica que acompanhamos em Alto Paraíso, GO. Tanto ele quanto sua esposa, Cristiana, aproveitaram a oportunidade dos estudos em horários diferentes que eram compatíveis com cuidar da família e da farmácia enquanto estudavam. Ivan tem uma relação muito bonita com Cavalcante, ele conta sobre a cidade e a comunidade com muito amor e carinho. Uma das coisas mais marcantes do Ivan em sua atuação como farmacêutico é sua sensibilidade para perceber a necessidade da população e a abertura para auxiliar da maneira que pode. Segundo ele, essa é uma das coisas mais importantes nessa profissão: ajudar as pessoas. “Muita gente aqui da região não sabe ler, então a gente ajuda explicando, ajuda a tomar o medicamento.” Ivan costuma desenhar um sol e uma lua nos medicamentos para mostrar aos pacientes os períodos de tom
Perceber o mundo em que se vive é o primeiro passo para modificá-lo.
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paciente Ana Maria de Sousa. Ricardo Moita Sampaio 28 anos, solteiro, farmacêutico das Farmácias do Povo Trabalhador do Centro e da Paes de Carvalho Alenquer PA Entrevista e história Ricardo é um jovem de 28 anos e recém-formado em farmácia na faculdade em Santarém. Toda sua família vem de lá, onde nasceu e foi criado. A vontade de entrar no mundo da saúde pela faculdade veio da inspiração de sua mãe, que é enfermeira, e de seu irmão, que é distribuidor de medicamentos. São pessoas que ele fala com muito carinho. Na verdade, de toda sua família. Outra vontade, estudando saúde, era a de ajudar o próximo, fazer o bem e passar seu conhecimento a pessoas que precisavam de sua ajuda. E foi assim que Ricardo entendeu seu chamado e começou a direcionar sua profissão desde a faculdade. Uma conversa importante com um de seus professores o ajudou a perceber que essa era sua real vocação. Ao se formar, recebeu uma proposta de trabalhar em uma farmácia em Alenquer, a Farmácia do Povo Trabalhador, de Ivan. Ricardo conhecia os pais de Ivan e ajudou seu pai em cuidados de saúde no fim de sua vida. Ivan tem essa gratidão com Ricardo. Chegando em Alenquer, município com cerca de 56 mil habitantes, Ricardo iniciou seu primeiro trabalho como farmacêutico. Em pouco tempo, já conversou com Ivan e contou o que pretendia fazer como farmacêutico em sua farmácia. Ele gostaria de realizar atendimentos com a população local gratuitamente. Ivan topou e apoiou sua ideia. A partir de então, eles arrumaram a salinha que fica no fundo da farmácia para o atendimento e começaram a divulgar para a população local e do interior, conhecida como colônias. Ricardo atende de segunda à sexta no início do dia quem passar na farmácia. Ele pede às pessoas para chegarem em jejum para poder fazer os testes de glicemia e colesterol com maior precisão. Faz muitas perguntas aos seus pacientes sobre o que fazem, quais remédios tomam, o que sentem de sint
Elmo Franco (25.02.1942) 77 anos, amigo e paciente de Antônio. Antônio Maria Claret Chagas (23.08.1945) 73 anos, casado com Suely de Castro Chagas, 2 filhos, sendo um deles Luiz Antônio de Castro Chagas, farmacêutico, 4ª geração de farmacêutico da família Seu Antônio Claret é um simpático senhor que nos conquistou lá de São Paulo. Quando lemos sua história e a história do filho, Luiz Antônio, ficamos encantados por essa família de farmacêuticos que segue essa tradição. Entendemos que sua história também permeia a história da farmácia no Brasil. Da época em que havia poucos médicos disponíveis e os farmacêuticos eram as verdadeiras conexões com a saúde de comunidades inteiras. Que armazenavam as ervas nas boticas e tinham suas fórmulas, cada um com a sua, e faziam os remédios que cada um precisava para se curar. Desta época até a introdução da indústria farmacêutica e os medicamentos industrializados. Com ele, resgatamos toda essa história. De tímido para grande orador – tinha lábio leporino e muita dificuldade para falar em público, seu Antônio nos conta suas histórias com toda pompa que merecem. Desde pequeno, Antônio cresceu na casa com seus pais e seus tios. Irmãos que se casaram com duas irmãs. Seus tios não tiveram filhos e Antônio cresceu muito próximo a seu tio, João Geraldo Chagas, que era farmacêutico. Antônio perdeu seu pai quando jovem, com 15-16 anos de idade e seu tio foi como um segundo pai. Se formou em contabilidade, mas na farmácia, próximo ao tio, aprendeu o gosto pela profissão e pela história da família. Ele nos conta que gostaria muito de ser jornalista, mas ao escolher a profissão, decidiu seguir o caminho de seus antepassados. Cursou a faculdade de farmácia da UFMG, onde se formou em 1975. Seu tio pôde assisti-lo se formando e começando a atuação na farmácia da família. Meses depois, ele faleceu. É nessa época que a indústria farmacêutica começa a substituir os medica

Farmacêuticos – Histórias de uma Vocação

O fotógrafo André François e sua equipe foram em busca de farmacêuticos nas cinco regiões do Brasil com a missão de olhar de perto as relações desses profissionais com suas comunidades.

Apesar da dimensão do país e de suas diferenças culturais e climáticas, o cuidar tem o mesmo propósito em todo o território nacional. Empatia, afeto e respeito são algumas das muitas motivações desses profissionais que fazem a diferença na vida dos brasileiros.

Histórias De Uma Vocação é um documentário sobre farmacêuticos que percorre o Brasil em busca de histórias emocionantes em cidades de até 50 mil habitantes. Com o foco na valorização do profissional, o documentário mostra a relação de cuidado e carinho entre o profissional e a comunidade que ele atende.

1. Camila Nascimento Jorge (13.09.1982) 37 anos, solteira, farmacêutica (x) história - (x) entrevista Local: Bananal SP Status/Obs: foto e entrevista gravada em vídeo Texto: Nascida e criada em Bananal, Camila é uma simpatia. No nosso primeiro contato, ela já nos recebe com um sorriso aberto e pronta pra dividir sua história com a gente. Ela é uma mulher vaidosa, alegre e comprometida com o trabalho. Está arrumada pra receber a gente. Conta que é filha e neta de engeheiros químicos e que, durante a adolescência e começo da vida adulta, gostava muito de música. Já se apresentou em programas de televisão e fez parte do Rouge por um tempo. Sua mãe, Janice, professora de matemática e personalidade da cidade, insistiu para que Camila buscasse uma formação superior e, por causa da facilidade com química e exatas que herdou da família, decidiu prestar vestibular para farmácia. Cursou a graduação em São Paulo e, ao retornar para Bananal, trabalhou durante um tempo aqui até decidir abrir sua própria farmácia. No início, encontrou um sócio e fez contato com uma rede de farmácias, chamada Drogarias Ultra Popular. Conseguiu o aval para se tornar uma franquia e ingressou nessa empreitada. Depois de um ano de negócio, descobriu que seu sócio não geria bem o negócio e fez uma oferta de comprar sua parte. Feito isso, ela passou a administrar toda a parte da farmácia, além de realizar os atendimentos. Sua mãe a ajuda em muitas das tarefas da farmácia. Quando estávamos lá, por exemplo, ela foi ao banco trocar dinheiro por moedas para deixar troco na farmácia. Sua farmácia, a Drogaria São José do Bananal, tem hoje 3 anos de vida; ela, tem 12 anos de formada já. Ela me conta que as duas famílias tradicionais de Bananal que têm as outras farmácias da cidade, não queriam que ela abrisse sua farmácia aqui. Segundo ela, o preço de uma cartela de dipirona custava cerca de 10 reais antes dela abrir seu negócio. Camila tem muito carin
Antônio, Luiz Antônio e Luiz Gustavo. 3 gerações da família. Antônio Maria Claret Chagas (23.08.1945) 73 anos, casado com Suely de Castro Chagas, 2 filhos, sendo um deles Luiz Antônio de Castro Chagas, farmacêutico, 4ª geração de farmacêutico da família Seu Antônio Claret é um simpático senhor que nos conquistou lá de São Paulo. Quando lemos sua história e a história do filho, Luiz Antônio, ficamos encantados por essa família de farmacêuticos que segue essa tradição. Entendemos que sua história também permeia a história da farmácia no Brasil. Da época em que havia poucos médicos disponíveis e os farmacêuticos eram as verdadeiras conexões com a saúde de comunidades inteiras. Que armazenavam as ervas nas boticas e tinham suas fórmulas, cada um com a sua, e faziam os remédios que cada um precisava para se curar. Desta época até a introdução da indústria farmacêutica e os medicamentos industrializados. Com ele, resgatamos toda essa história. De tímido para grande orador – tinha lábio leporino e muita dificuldade para falar em público, seu Antônio nos conta suas histórias com toda pompa que merecem. Desde pequeno, Antônio cresceu na casa com seus pais e seus tios. Irmãos que se casaram com duas irmãs. Seus tios não tiveram filhos e Antônio cresceu muito próximo a seu tio, João Geraldo Chagas, que era farmacêutico. Antônio perdeu seu pai quando jovem, com 15-16 anos de idade e seu tio foi como um segundo pai. Se formou em contabilidade, mas na farmácia, próximo ao tio, aprendeu o gosto pela profissão e pela história da família. Ele nos conta que gostaria muito de ser jornalista, mas ao escolher a profissão, decidiu seguir o caminho de seus antepassados. Cursou a faculdade de farmácia da UFMG, onde se formou em 1975. Seu tio pôde assisti-lo se formando e começando a atuação na farmácia da família. Meses depois, ele faleceu. É nessa época que a indústria farmacêutica começa a substituir os medi
Iracema Pereira Lapa (24.10.1938), 81 anos, paciente de Ivan Max, de Cavalcante. Nasceu em Ibotirama, Bahia, mas viveu toda sua vida em Cavalcante. Ivan Max Vieira Correia (17.10.1980) 39 anos, casado, 3 filhas, farmacêutico, casado com Cristiana, também farmacêutica Nascido em Anicuns, viveu grande parte da vida em Americano do Brasil, Goiás. Veio para Cavalcante há 20 anos. Escolheu se mudar para a cidade para ajudar as pessoas, pois a região é muito pacata e humilde, segundo ele. Ivan promove essa ajuda orientando as pessoas e cuidando delas. O trabalho com farmácia começou quando Ivan tinha 14 anos. Aos 20 anos, ele trabalhava em uma rede de drogarias em Goiânia. Foi quando surgiu a oportunidade de comprar um posto de medicamentos em Cavalcante. (A diferença entre posto de medicamentos e drogaria é que no posto não há a necessidade de farmacêutico atuando). Ele aceitou a oportunidade e se mudou para Cavalcante, onde começou a se desenvolver ainda mais, adquirir aprendizado e perceber o perfil da comunidade. Em 2008, ingressou na faculdade, se formando quatro anos depois. Ivan fez parte da mesma turma de Adriane Rosa, farmacêutica que acompanhamos em Alto Paraíso, GO. Tanto ele quanto sua esposa, Cristiana, aproveitaram a oportunidade dos estudos em horários diferentes que eram compatíveis com cuidar da família e da farmácia enquanto estudavam. Ivan tem uma relação muito bonita com Cavalcante, ele conta sobre a cidade e a comunidade com muito amor e carinho. Uma das coisas mais marcantes do Ivan em sua atuação como farmacêutico é sua sensibilidade para perceber a necessidade da população e a abertura para auxiliar da maneira que pode. Segundo ele, essa é uma das coisas mais importantes nessa profissão: ajudar as pessoas. “Muita gente aqui da região não sabe ler, então a gente ajuda explicando, ajuda a tomar o medicamento.” Ivan costuma desenhar um sol e uma lua nos medicamentos para mostrar aos pacientes os períodos de tom
Perceber o mundo em que se vive é o primeiro passo para modificá-lo.
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paciente Ana Maria de Sousa. Ricardo Moita Sampaio 28 anos, solteiro, farmacêutico das Farmácias do Povo Trabalhador do Centro e da Paes de Carvalho Alenquer PA Entrevista e história Ricardo é um jovem de 28 anos e recém-formado em farmácia na faculdade em Santarém. Toda sua família vem de lá, onde nasceu e foi criado. A vontade de entrar no mundo da saúde pela faculdade veio da inspiração de sua mãe, que é enfermeira, e de seu irmão, que é distribuidor de medicamentos. São pessoas que ele fala com muito carinho. Na verdade, de toda sua família. Outra vontade, estudando saúde, era a de ajudar o próximo, fazer o bem e passar seu conhecimento a pessoas que precisavam de sua ajuda. E foi assim que Ricardo entendeu seu chamado e começou a direcionar sua profissão desde a faculdade. Uma conversa importante com um de seus professores o ajudou a perceber que essa era sua real vocação. Ao se formar, recebeu uma proposta de trabalhar em uma farmácia em Alenquer, a Farmácia do Povo Trabalhador, de Ivan. Ricardo conhecia os pais de Ivan e ajudou seu pai em cuidados de saúde no fim de sua vida. Ivan tem essa gratidão com Ricardo. Chegando em Alenquer, município com cerca de 56 mil habitantes, Ricardo iniciou seu primeiro trabalho como farmacêutico. Em pouco tempo, já conversou com Ivan e contou o que pretendia fazer como farmacêutico em sua farmácia. Ele gostaria de realizar atendimentos com a população local gratuitamente. Ivan topou e apoiou sua ideia. A partir de então, eles arrumaram a salinha que fica no fundo da farmácia para o atendimento e começaram a divulgar para a população local e do interior, conhecida como colônias. Ricardo atende de segunda à sexta no início do dia quem passar na farmácia. Ele pede às pessoas para chegarem em jejum para poder fazer os testes de glicemia e colesterol com maior precisão. Faz muitas perguntas aos seus pacientes sobre o que fazem, quais remédios tomam, o que sentem de sint
Elmo Franco (25.02.1942) 77 anos, amigo e paciente de Antônio. Antônio Maria Claret Chagas (23.08.1945) 73 anos, casado com Suely de Castro Chagas, 2 filhos, sendo um deles Luiz Antônio de Castro Chagas, farmacêutico, 4ª geração de farmacêutico da família Seu Antônio Claret é um simpático senhor que nos conquistou lá de São Paulo. Quando lemos sua história e a história do filho, Luiz Antônio, ficamos encantados por essa família de farmacêuticos que segue essa tradição. Entendemos que sua história também permeia a história da farmácia no Brasil. Da época em que havia poucos médicos disponíveis e os farmacêuticos eram as verdadeiras conexões com a saúde de comunidades inteiras. Que armazenavam as ervas nas boticas e tinham suas fórmulas, cada um com a sua, e faziam os remédios que cada um precisava para se curar. Desta época até a introdução da indústria farmacêutica e os medicamentos industrializados. Com ele, resgatamos toda essa história. De tímido para grande orador – tinha lábio leporino e muita dificuldade para falar em público, seu Antônio nos conta suas histórias com toda pompa que merecem. Desde pequeno, Antônio cresceu na casa com seus pais e seus tios. Irmãos que se casaram com duas irmãs. Seus tios não tiveram filhos e Antônio cresceu muito próximo a seu tio, João Geraldo Chagas, que era farmacêutico. Antônio perdeu seu pai quando jovem, com 15-16 anos de idade e seu tio foi como um segundo pai. Se formou em contabilidade, mas na farmácia, próximo ao tio, aprendeu o gosto pela profissão e pela história da família. Ele nos conta que gostaria muito de ser jornalista, mas ao escolher a profissão, decidiu seguir o caminho de seus antepassados. Cursou a faculdade de farmácia da UFMG, onde se formou em 1975. Seu tio pôde assisti-lo se formando e começando a atuação na farmácia da família. Meses depois, ele faleceu. É nessa época que a indústria farmacêutica começa a substituir os medica

Farmacêuticos – Histórias de uma Vocação

O fotógrafo André François e sua equipe foram em busca de farmacêuticos nas cinco regiões do Brasil com a missão de olhar de perto as relações desses profissionais com suas comunidades.

Apesar da dimensão do país e de suas diferenças culturais e climáticas, o cuidar tem o mesmo propósito em todo o território nacional. Empatia, afeto e respeito são algumas das muitas motivações desses profissionais que fazem a diferença na vida dos brasileiros.

Histórias De Uma Vocação é um documentário sobre farmacêuticos que percorre o Brasil em busca de histórias emocionantes em cidades de até 50 mil habitantes. Com o foco na valorização do profissional, o documentário mostra a relação de cuidado e carinho entre o profissional e a comunidade que ele atende.

1. Camila Nascimento Jorge (13.09.1982) 37 anos, solteira, farmacêutica (x) história - (x) entrevista Local: Bananal SP Status/Obs: foto e entrevista gravada em vídeo Texto: Nascida e criada em Bananal, Camila é uma simpatia. No nosso primeiro contato, ela já nos recebe com um sorriso aberto e pronta pra dividir sua história com a gente. Ela é uma mulher vaidosa, alegre e comprometida com o trabalho. Está arrumada pra receber a gente. Conta que é filha e neta de engeheiros químicos e que, durante a adolescência e começo da vida adulta, gostava muito de música. Já se apresentou em programas de televisão e fez parte do Rouge por um tempo. Sua mãe, Janice, professora de matemática e personalidade da cidade, insistiu para que Camila buscasse uma formação superior e, por causa da facilidade com química e exatas que herdou da família, decidiu prestar vestibular para farmácia. Cursou a graduação em São Paulo e, ao retornar para Bananal, trabalhou durante um tempo aqui até decidir abrir sua própria farmácia. No início, encontrou um sócio e fez contato com uma rede de farmácias, chamada Drogarias Ultra Popular. Conseguiu o aval para se tornar uma franquia e ingressou nessa empreitada. Depois de um ano de negócio, descobriu que seu sócio não geria bem o negócio e fez uma oferta de comprar sua parte. Feito isso, ela passou a administrar toda a parte da farmácia, além de realizar os atendimentos. Sua mãe a ajuda em muitas das tarefas da farmácia. Quando estávamos lá, por exemplo, ela foi ao banco trocar dinheiro por moedas para deixar troco na farmácia. Sua farmácia, a Drogaria São José do Bananal, tem hoje 3 anos de vida; ela, tem 12 anos de formada já. Ela me conta que as duas famílias tradicionais de Bananal que têm as outras farmácias da cidade, não queriam que ela abrisse sua farmácia aqui. Segundo ela, o preço de uma cartela de dipirona custava cerca de 10 reais antes dela abrir seu negócio. Camila tem muito carin
Antônio, Luiz Antônio e Luiz Gustavo. 3 gerações da família. Antônio Maria Claret Chagas (23.08.1945) 73 anos, casado com Suely de Castro Chagas, 2 filhos, sendo um deles Luiz Antônio de Castro Chagas, farmacêutico, 4ª geração de farmacêutico da família Seu Antônio Claret é um simpático senhor que nos conquistou lá de São Paulo. Quando lemos sua história e a história do filho, Luiz Antônio, ficamos encantados por essa família de farmacêuticos que segue essa tradição. Entendemos que sua história também permeia a história da farmácia no Brasil. Da época em que havia poucos médicos disponíveis e os farmacêuticos eram as verdadeiras conexões com a saúde de comunidades inteiras. Que armazenavam as ervas nas boticas e tinham suas fórmulas, cada um com a sua, e faziam os remédios que cada um precisava para se curar. Desta época até a introdução da indústria farmacêutica e os medicamentos industrializados. Com ele, resgatamos toda essa história. De tímido para grande orador – tinha lábio leporino e muita dificuldade para falar em público, seu Antônio nos conta suas histórias com toda pompa que merecem. Desde pequeno, Antônio cresceu na casa com seus pais e seus tios. Irmãos que se casaram com duas irmãs. Seus tios não tiveram filhos e Antônio cresceu muito próximo a seu tio, João Geraldo Chagas, que era farmacêutico. Antônio perdeu seu pai quando jovem, com 15-16 anos de idade e seu tio foi como um segundo pai. Se formou em contabilidade, mas na farmácia, próximo ao tio, aprendeu o gosto pela profissão e pela história da família. Ele nos conta que gostaria muito de ser jornalista, mas ao escolher a profissão, decidiu seguir o caminho de seus antepassados. Cursou a faculdade de farmácia da UFMG, onde se formou em 1975. Seu tio pôde assisti-lo se formando e começando a atuação na farmácia da família. Meses depois, ele faleceu. É nessa época que a indústria farmacêutica começa a substituir os medi
Iracema Pereira Lapa (24.10.1938), 81 anos, paciente de Ivan Max, de Cavalcante. Nasceu em Ibotirama, Bahia, mas viveu toda sua vida em Cavalcante. Ivan Max Vieira Correia (17.10.1980) 39 anos, casado, 3 filhas, farmacêutico, casado com Cristiana, também farmacêutica Nascido em Anicuns, viveu grande parte da vida em Americano do Brasil, Goiás. Veio para Cavalcante há 20 anos. Escolheu se mudar para a cidade para ajudar as pessoas, pois a região é muito pacata e humilde, segundo ele. Ivan promove essa ajuda orientando as pessoas e cuidando delas. O trabalho com farmácia começou quando Ivan tinha 14 anos. Aos 20 anos, ele trabalhava em uma rede de drogarias em Goiânia. Foi quando surgiu a oportunidade de comprar um posto de medicamentos em Cavalcante. (A diferença entre posto de medicamentos e drogaria é que no posto não há a necessidade de farmacêutico atuando). Ele aceitou a oportunidade e se mudou para Cavalcante, onde começou a se desenvolver ainda mais, adquirir aprendizado e perceber o perfil da comunidade. Em 2008, ingressou na faculdade, se formando quatro anos depois. Ivan fez parte da mesma turma de Adriane Rosa, farmacêutica que acompanhamos em Alto Paraíso, GO. Tanto ele quanto sua esposa, Cristiana, aproveitaram a oportunidade dos estudos em horários diferentes que eram compatíveis com cuidar da família e da farmácia enquanto estudavam. Ivan tem uma relação muito bonita com Cavalcante, ele conta sobre a cidade e a comunidade com muito amor e carinho. Uma das coisas mais marcantes do Ivan em sua atuação como farmacêutico é sua sensibilidade para perceber a necessidade da população e a abertura para auxiliar da maneira que pode. Segundo ele, essa é uma das coisas mais importantes nessa profissão: ajudar as pessoas. “Muita gente aqui da região não sabe ler, então a gente ajuda explicando, ajuda a tomar o medicamento.” Ivan costuma desenhar um sol e uma lua nos medicamentos para mostrar aos pacientes os períodos de tom
Perceber o mundo em que se vive é o primeiro passo para modificá-lo.
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paciente Ana Maria de Sousa. Ricardo Moita Sampaio 28 anos, solteiro, farmacêutico das Farmácias do Povo Trabalhador do Centro e da Paes de Carvalho Alenquer PA Entrevista e história Ricardo é um jovem de 28 anos e recém-formado em farmácia na faculdade em Santarém. Toda sua família vem de lá, onde nasceu e foi criado. A vontade de entrar no mundo da saúde pela faculdade veio da inspiração de sua mãe, que é enfermeira, e de seu irmão, que é distribuidor de medicamentos. São pessoas que ele fala com muito carinho. Na verdade, de toda sua família. Outra vontade, estudando saúde, era a de ajudar o próximo, fazer o bem e passar seu conhecimento a pessoas que precisavam de sua ajuda. E foi assim que Ricardo entendeu seu chamado e começou a direcionar sua profissão desde a faculdade. Uma conversa importante com um de seus professores o ajudou a perceber que essa era sua real vocação. Ao se formar, recebeu uma proposta de trabalhar em uma farmácia em Alenquer, a Farmácia do Povo Trabalhador, de Ivan. Ricardo conhecia os pais de Ivan e ajudou seu pai em cuidados de saúde no fim de sua vida. Ivan tem essa gratidão com Ricardo. Chegando em Alenquer, município com cerca de 56 mil habitantes, Ricardo iniciou seu primeiro trabalho como farmacêutico. Em pouco tempo, já conversou com Ivan e contou o que pretendia fazer como farmacêutico em sua farmácia. Ele gostaria de realizar atendimentos com a população local gratuitamente. Ivan topou e apoiou sua ideia. A partir de então, eles arrumaram a salinha que fica no fundo da farmácia para o atendimento e começaram a divulgar para a população local e do interior, conhecida como colônias. Ricardo atende de segunda à sexta no início do dia quem passar na farmácia. Ele pede às pessoas para chegarem em jejum para poder fazer os testes de glicemia e colesterol com maior precisão. Faz muitas perguntas aos seus pacientes sobre o que fazem, quais remédios tomam, o que sentem de sint
Elmo Franco (25.02.1942) 77 anos, amigo e paciente de Antônio. Antônio Maria Claret Chagas (23.08.1945) 73 anos, casado com Suely de Castro Chagas, 2 filhos, sendo um deles Luiz Antônio de Castro Chagas, farmacêutico, 4ª geração de farmacêutico da família Seu Antônio Claret é um simpático senhor que nos conquistou lá de São Paulo. Quando lemos sua história e a história do filho, Luiz Antônio, ficamos encantados por essa família de farmacêuticos que segue essa tradição. Entendemos que sua história também permeia a história da farmácia no Brasil. Da época em que havia poucos médicos disponíveis e os farmacêuticos eram as verdadeiras conexões com a saúde de comunidades inteiras. Que armazenavam as ervas nas boticas e tinham suas fórmulas, cada um com a sua, e faziam os remédios que cada um precisava para se curar. Desta época até a introdução da indústria farmacêutica e os medicamentos industrializados. Com ele, resgatamos toda essa história. De tímido para grande orador – tinha lábio leporino e muita dificuldade para falar em público, seu Antônio nos conta suas histórias com toda pompa que merecem. Desde pequeno, Antônio cresceu na casa com seus pais e seus tios. Irmãos que se casaram com duas irmãs. Seus tios não tiveram filhos e Antônio cresceu muito próximo a seu tio, João Geraldo Chagas, que era farmacêutico. Antônio perdeu seu pai quando jovem, com 15-16 anos de idade e seu tio foi como um segundo pai. Se formou em contabilidade, mas na farmácia, próximo ao tio, aprendeu o gosto pela profissão e pela história da família. Ele nos conta que gostaria muito de ser jornalista, mas ao escolher a profissão, decidiu seguir o caminho de seus antepassados. Cursou a faculdade de farmácia da UFMG, onde se formou em 1975. Seu tio pôde assisti-lo se formando e começando a atuação na farmácia da família. Meses depois, ele faleceu. É nessa época que a indústria farmacêutica começa a substituir os medica

Farmacêuticos – Histórias de uma Vocação

O fotógrafo André François e sua equipe foram em busca de farmacêuticos nas cinco regiões do Brasil com a missão de olhar de perto as relações desses profissionais com suas comunidades.

Apesar da dimensão do país e de suas diferenças culturais e climáticas, o cuidar tem o mesmo propósito em todo o território nacional. Empatia, afeto e respeito são algumas das muitas motivações desses profissionais que fazem a diferença na vida dos brasileiros.

Histórias De Uma Vocação é um documentário sobre farmacêuticos que percorre o Brasil em busca de histórias emocionantes em cidades de até 50 mil habitantes. Com o foco na valorização do profissional, o documentário mostra a relação de cuidado e carinho entre o profissional e a comunidade que ele atende.

1. Camila Nascimento Jorge (13.09.1982) 37 anos, solteira, farmacêutica (x) história - (x) entrevista Local: Bananal SP Status/Obs: foto e entrevista gravada em vídeo Texto: Nascida e criada em Bananal, Camila é uma simpatia. No nosso primeiro contato, ela já nos recebe com um sorriso aberto e pronta pra dividir sua história com a gente. Ela é uma mulher vaidosa, alegre e comprometida com o trabalho. Está arrumada pra receber a gente. Conta que é filha e neta de engeheiros químicos e que, durante a adolescência e começo da vida adulta, gostava muito de música. Já se apresentou em programas de televisão e fez parte do Rouge por um tempo. Sua mãe, Janice, professora de matemática e personalidade da cidade, insistiu para que Camila buscasse uma formação superior e, por causa da facilidade com química e exatas que herdou da família, decidiu prestar vestibular para farmácia. Cursou a graduação em São Paulo e, ao retornar para Bananal, trabalhou durante um tempo aqui até decidir abrir sua própria farmácia. No início, encontrou um sócio e fez contato com uma rede de farmácias, chamada Drogarias Ultra Popular. Conseguiu o aval para se tornar uma franquia e ingressou nessa empreitada. Depois de um ano de negócio, descobriu que seu sócio não geria bem o negócio e fez uma oferta de comprar sua parte. Feito isso, ela passou a administrar toda a parte da farmácia, além de realizar os atendimentos. Sua mãe a ajuda em muitas das tarefas da farmácia. Quando estávamos lá, por exemplo, ela foi ao banco trocar dinheiro por moedas para deixar troco na farmácia. Sua farmácia, a Drogaria São José do Bananal, tem hoje 3 anos de vida; ela, tem 12 anos de formada já. Ela me conta que as duas famílias tradicionais de Bananal que têm as outras farmácias da cidade, não queriam que ela abrisse sua farmácia aqui. Segundo ela, o preço de uma cartela de dipirona custava cerca de 10 reais antes dela abrir seu negócio. Camila tem muito carin
Antônio, Luiz Antônio e Luiz Gustavo. 3 gerações da família. Antônio Maria Claret Chagas (23.08.1945) 73 anos, casado com Suely de Castro Chagas, 2 filhos, sendo um deles Luiz Antônio de Castro Chagas, farmacêutico, 4ª geração de farmacêutico da família Seu Antônio Claret é um simpático senhor que nos conquistou lá de São Paulo. Quando lemos sua história e a história do filho, Luiz Antônio, ficamos encantados por essa família de farmacêuticos que segue essa tradição. Entendemos que sua história também permeia a história da farmácia no Brasil. Da época em que havia poucos médicos disponíveis e os farmacêuticos eram as verdadeiras conexões com a saúde de comunidades inteiras. Que armazenavam as ervas nas boticas e tinham suas fórmulas, cada um com a sua, e faziam os remédios que cada um precisava para se curar. Desta época até a introdução da indústria farmacêutica e os medicamentos industrializados. Com ele, resgatamos toda essa história. De tímido para grande orador – tinha lábio leporino e muita dificuldade para falar em público, seu Antônio nos conta suas histórias com toda pompa que merecem. Desde pequeno, Antônio cresceu na casa com seus pais e seus tios. Irmãos que se casaram com duas irmãs. Seus tios não tiveram filhos e Antônio cresceu muito próximo a seu tio, João Geraldo Chagas, que era farmacêutico. Antônio perdeu seu pai quando jovem, com 15-16 anos de idade e seu tio foi como um segundo pai. Se formou em contabilidade, mas na farmácia, próximo ao tio, aprendeu o gosto pela profissão e pela história da família. Ele nos conta que gostaria muito de ser jornalista, mas ao escolher a profissão, decidiu seguir o caminho de seus antepassados. Cursou a faculdade de farmácia da UFMG, onde se formou em 1975. Seu tio pôde assisti-lo se formando e começando a atuação na farmácia da família. Meses depois, ele faleceu. É nessa época que a indústria farmacêutica começa a substituir os medi
Iracema Pereira Lapa (24.10.1938), 81 anos, paciente de Ivan Max, de Cavalcante. Nasceu em Ibotirama, Bahia, mas viveu toda sua vida em Cavalcante. Ivan Max Vieira Correia (17.10.1980) 39 anos, casado, 3 filhas, farmacêutico, casado com Cristiana, também farmacêutica Nascido em Anicuns, viveu grande parte da vida em Americano do Brasil, Goiás. Veio para Cavalcante há 20 anos. Escolheu se mudar para a cidade para ajudar as pessoas, pois a região é muito pacata e humilde, segundo ele. Ivan promove essa ajuda orientando as pessoas e cuidando delas. O trabalho com farmácia começou quando Ivan tinha 14 anos. Aos 20 anos, ele trabalhava em uma rede de drogarias em Goiânia. Foi quando surgiu a oportunidade de comprar um posto de medicamentos em Cavalcante. (A diferença entre posto de medicamentos e drogaria é que no posto não há a necessidade de farmacêutico atuando). Ele aceitou a oportunidade e se mudou para Cavalcante, onde começou a se desenvolver ainda mais, adquirir aprendizado e perceber o perfil da comunidade. Em 2008, ingressou na faculdade, se formando quatro anos depois. Ivan fez parte da mesma turma de Adriane Rosa, farmacêutica que acompanhamos em Alto Paraíso, GO. Tanto ele quanto sua esposa, Cristiana, aproveitaram a oportunidade dos estudos em horários diferentes que eram compatíveis com cuidar da família e da farmácia enquanto estudavam. Ivan tem uma relação muito bonita com Cavalcante, ele conta sobre a cidade e a comunidade com muito amor e carinho. Uma das coisas mais marcantes do Ivan em sua atuação como farmacêutico é sua sensibilidade para perceber a necessidade da população e a abertura para auxiliar da maneira que pode. Segundo ele, essa é uma das coisas mais importantes nessa profissão: ajudar as pessoas. “Muita gente aqui da região não sabe ler, então a gente ajuda explicando, ajuda a tomar o medicamento.” Ivan costuma desenhar um sol e uma lua nos medicamentos para mostrar aos pacientes os períodos de tom
Perceber o mundo em que se vive é o primeiro passo para modificá-lo.
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paciente Ana Maria de Sousa. Ricardo Moita Sampaio 28 anos, solteiro, farmacêutico das Farmácias do Povo Trabalhador do Centro e da Paes de Carvalho Alenquer PA Entrevista e história Ricardo é um jovem de 28 anos e recém-formado em farmácia na faculdade em Santarém. Toda sua família vem de lá, onde nasceu e foi criado. A vontade de entrar no mundo da saúde pela faculdade veio da inspiração de sua mãe, que é enfermeira, e de seu irmão, que é distribuidor de medicamentos. São pessoas que ele fala com muito carinho. Na verdade, de toda sua família. Outra vontade, estudando saúde, era a de ajudar o próximo, fazer o bem e passar seu conhecimento a pessoas que precisavam de sua ajuda. E foi assim que Ricardo entendeu seu chamado e começou a direcionar sua profissão desde a faculdade. Uma conversa importante com um de seus professores o ajudou a perceber que essa era sua real vocação. Ao se formar, recebeu uma proposta de trabalhar em uma farmácia em Alenquer, a Farmácia do Povo Trabalhador, de Ivan. Ricardo conhecia os pais de Ivan e ajudou seu pai em cuidados de saúde no fim de sua vida. Ivan tem essa gratidão com Ricardo. Chegando em Alenquer, município com cerca de 56 mil habitantes, Ricardo iniciou seu primeiro trabalho como farmacêutico. Em pouco tempo, já conversou com Ivan e contou o que pretendia fazer como farmacêutico em sua farmácia. Ele gostaria de realizar atendimentos com a população local gratuitamente. Ivan topou e apoiou sua ideia. A partir de então, eles arrumaram a salinha que fica no fundo da farmácia para o atendimento e começaram a divulgar para a população local e do interior, conhecida como colônias. Ricardo atende de segunda à sexta no início do dia quem passar na farmácia. Ele pede às pessoas para chegarem em jejum para poder fazer os testes de glicemia e colesterol com maior precisão. Faz muitas perguntas aos seus pacientes sobre o que fazem, quais remédios tomam, o que sentem de sint
Elmo Franco (25.02.1942) 77 anos, amigo e paciente de Antônio. Antônio Maria Claret Chagas (23.08.1945) 73 anos, casado com Suely de Castro Chagas, 2 filhos, sendo um deles Luiz Antônio de Castro Chagas, farmacêutico, 4ª geração de farmacêutico da família Seu Antônio Claret é um simpático senhor que nos conquistou lá de São Paulo. Quando lemos sua história e a história do filho, Luiz Antônio, ficamos encantados por essa família de farmacêuticos que segue essa tradição. Entendemos que sua história também permeia a história da farmácia no Brasil. Da época em que havia poucos médicos disponíveis e os farmacêuticos eram as verdadeiras conexões com a saúde de comunidades inteiras. Que armazenavam as ervas nas boticas e tinham suas fórmulas, cada um com a sua, e faziam os remédios que cada um precisava para se curar. Desta época até a introdução da indústria farmacêutica e os medicamentos industrializados. Com ele, resgatamos toda essa história. De tímido para grande orador – tinha lábio leporino e muita dificuldade para falar em público, seu Antônio nos conta suas histórias com toda pompa que merecem. Desde pequeno, Antônio cresceu na casa com seus pais e seus tios. Irmãos que se casaram com duas irmãs. Seus tios não tiveram filhos e Antônio cresceu muito próximo a seu tio, João Geraldo Chagas, que era farmacêutico. Antônio perdeu seu pai quando jovem, com 15-16 anos de idade e seu tio foi como um segundo pai. Se formou em contabilidade, mas na farmácia, próximo ao tio, aprendeu o gosto pela profissão e pela história da família. Ele nos conta que gostaria muito de ser jornalista, mas ao escolher a profissão, decidiu seguir o caminho de seus antepassados. Cursou a faculdade de farmácia da UFMG, onde se formou em 1975. Seu tio pôde assisti-lo se formando e começando a atuação na farmácia da família. Meses depois, ele faleceu. É nessa época que a indústria farmacêutica começa a substituir os medica

Farmacêuticos – Histórias de uma Vocação

O fotógrafo André François e sua equipe foram em busca de farmacêuticos nas cinco regiões do Brasil com a missão de olhar de perto as relações desses profissionais com suas comunidades.

Apesar da dimensão do país e de suas diferenças culturais e climáticas, o cuidar tem o mesmo propósito em todo o território nacional. Empatia, afeto e respeito são algumas das muitas motivações desses profissionais que fazem a diferença na vida dos brasileiros.

Histórias De Uma Vocação é um documentário sobre farmacêuticos que percorre o Brasil em busca de histórias emocionantes em cidades de até 50 mil habitantes. Com o foco na valorização do profissional, o documentário mostra a relação de cuidado e carinho entre o profissional e a comunidade que ele atende.

1. Camila Nascimento Jorge (13.09.1982) 37 anos, solteira, farmacêutica (x) história - (x) entrevista Local: Bananal SP Status/Obs: foto e entrevista gravada em vídeo Texto: Nascida e criada em Bananal, Camila é uma simpatia. No nosso primeiro contato, ela já nos recebe com um sorriso aberto e pronta pra dividir sua história com a gente. Ela é uma mulher vaidosa, alegre e comprometida com o trabalho. Está arrumada pra receber a gente. Conta que é filha e neta de engeheiros químicos e que, durante a adolescência e começo da vida adulta, gostava muito de música. Já se apresentou em programas de televisão e fez parte do Rouge por um tempo. Sua mãe, Janice, professora de matemática e personalidade da cidade, insistiu para que Camila buscasse uma formação superior e, por causa da facilidade com química e exatas que herdou da família, decidiu prestar vestibular para farmácia. Cursou a graduação em São Paulo e, ao retornar para Bananal, trabalhou durante um tempo aqui até decidir abrir sua própria farmácia. No início, encontrou um sócio e fez contato com uma rede de farmácias, chamada Drogarias Ultra Popular. Conseguiu o aval para se tornar uma franquia e ingressou nessa empreitada. Depois de um ano de negócio, descobriu que seu sócio não geria bem o negócio e fez uma oferta de comprar sua parte. Feito isso, ela passou a administrar toda a parte da farmácia, além de realizar os atendimentos. Sua mãe a ajuda em muitas das tarefas da farmácia. Quando estávamos lá, por exemplo, ela foi ao banco trocar dinheiro por moedas para deixar troco na farmácia. Sua farmácia, a Drogaria São José do Bananal, tem hoje 3 anos de vida; ela, tem 12 anos de formada já. Ela me conta que as duas famílias tradicionais de Bananal que têm as outras farmácias da cidade, não queriam que ela abrisse sua farmácia aqui. Segundo ela, o preço de uma cartela de dipirona custava cerca de 10 reais antes dela abrir seu negócio. Camila tem muito carin
Antônio, Luiz Antônio e Luiz Gustavo. 3 gerações da família. Antônio Maria Claret Chagas (23.08.1945) 73 anos, casado com Suely de Castro Chagas, 2 filhos, sendo um deles Luiz Antônio de Castro Chagas, farmacêutico, 4ª geração de farmacêutico da família Seu Antônio Claret é um simpático senhor que nos conquistou lá de São Paulo. Quando lemos sua história e a história do filho, Luiz Antônio, ficamos encantados por essa família de farmacêuticos que segue essa tradição. Entendemos que sua história também permeia a história da farmácia no Brasil. Da época em que havia poucos médicos disponíveis e os farmacêuticos eram as verdadeiras conexões com a saúde de comunidades inteiras. Que armazenavam as ervas nas boticas e tinham suas fórmulas, cada um com a sua, e faziam os remédios que cada um precisava para se curar. Desta época até a introdução da indústria farmacêutica e os medicamentos industrializados. Com ele, resgatamos toda essa história. De tímido para grande orador – tinha lábio leporino e muita dificuldade para falar em público, seu Antônio nos conta suas histórias com toda pompa que merecem. Desde pequeno, Antônio cresceu na casa com seus pais e seus tios. Irmãos que se casaram com duas irmãs. Seus tios não tiveram filhos e Antônio cresceu muito próximo a seu tio, João Geraldo Chagas, que era farmacêutico. Antônio perdeu seu pai quando jovem, com 15-16 anos de idade e seu tio foi como um segundo pai. Se formou em contabilidade, mas na farmácia, próximo ao tio, aprendeu o gosto pela profissão e pela história da família. Ele nos conta que gostaria muito de ser jornalista, mas ao escolher a profissão, decidiu seguir o caminho de seus antepassados. Cursou a faculdade de farmácia da UFMG, onde se formou em 1975. Seu tio pôde assisti-lo se formando e começando a atuação na farmácia da família. Meses depois, ele faleceu. É nessa época que a indústria farmacêutica começa a substituir os medi
Iracema Pereira Lapa (24.10.1938), 81 anos, paciente de Ivan Max, de Cavalcante. Nasceu em Ibotirama, Bahia, mas viveu toda sua vida em Cavalcante. Ivan Max Vieira Correia (17.10.1980) 39 anos, casado, 3 filhas, farmacêutico, casado com Cristiana, também farmacêutica Nascido em Anicuns, viveu grande parte da vida em Americano do Brasil, Goiás. Veio para Cavalcante há 20 anos. Escolheu se mudar para a cidade para ajudar as pessoas, pois a região é muito pacata e humilde, segundo ele. Ivan promove essa ajuda orientando as pessoas e cuidando delas. O trabalho com farmácia começou quando Ivan tinha 14 anos. Aos 20 anos, ele trabalhava em uma rede de drogarias em Goiânia. Foi quando surgiu a oportunidade de comprar um posto de medicamentos em Cavalcante. (A diferença entre posto de medicamentos e drogaria é que no posto não há a necessidade de farmacêutico atuando). Ele aceitou a oportunidade e se mudou para Cavalcante, onde começou a se desenvolver ainda mais, adquirir aprendizado e perceber o perfil da comunidade. Em 2008, ingressou na faculdade, se formando quatro anos depois. Ivan fez parte da mesma turma de Adriane Rosa, farmacêutica que acompanhamos em Alto Paraíso, GO. Tanto ele quanto sua esposa, Cristiana, aproveitaram a oportunidade dos estudos em horários diferentes que eram compatíveis com cuidar da família e da farmácia enquanto estudavam. Ivan tem uma relação muito bonita com Cavalcante, ele conta sobre a cidade e a comunidade com muito amor e carinho. Uma das coisas mais marcantes do Ivan em sua atuação como farmacêutico é sua sensibilidade para perceber a necessidade da população e a abertura para auxiliar da maneira que pode. Segundo ele, essa é uma das coisas mais importantes nessa profissão: ajudar as pessoas. “Muita gente aqui da região não sabe ler, então a gente ajuda explicando, ajuda a tomar o medicamento.” Ivan costuma desenhar um sol e uma lua nos medicamentos para mostrar aos pacientes os períodos de tom
Perceber o mundo em que se vive é o primeiro passo para modificá-lo.
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paciente Ana Maria de Sousa. Ricardo Moita Sampaio 28 anos, solteiro, farmacêutico das Farmácias do Povo Trabalhador do Centro e da Paes de Carvalho Alenquer PA Entrevista e história Ricardo é um jovem de 28 anos e recém-formado em farmácia na faculdade em Santarém. Toda sua família vem de lá, onde nasceu e foi criado. A vontade de entrar no mundo da saúde pela faculdade veio da inspiração de sua mãe, que é enfermeira, e de seu irmão, que é distribuidor de medicamentos. São pessoas que ele fala com muito carinho. Na verdade, de toda sua família. Outra vontade, estudando saúde, era a de ajudar o próximo, fazer o bem e passar seu conhecimento a pessoas que precisavam de sua ajuda. E foi assim que Ricardo entendeu seu chamado e começou a direcionar sua profissão desde a faculdade. Uma conversa importante com um de seus professores o ajudou a perceber que essa era sua real vocação. Ao se formar, recebeu uma proposta de trabalhar em uma farmácia em Alenquer, a Farmácia do Povo Trabalhador, de Ivan. Ricardo conhecia os pais de Ivan e ajudou seu pai em cuidados de saúde no fim de sua vida. Ivan tem essa gratidão com Ricardo. Chegando em Alenquer, município com cerca de 56 mil habitantes, Ricardo iniciou seu primeiro trabalho como farmacêutico. Em pouco tempo, já conversou com Ivan e contou o que pretendia fazer como farmacêutico em sua farmácia. Ele gostaria de realizar atendimentos com a população local gratuitamente. Ivan topou e apoiou sua ideia. A partir de então, eles arrumaram a salinha que fica no fundo da farmácia para o atendimento e começaram a divulgar para a população local e do interior, conhecida como colônias. Ricardo atende de segunda à sexta no início do dia quem passar na farmácia. Ele pede às pessoas para chegarem em jejum para poder fazer os testes de glicemia e colesterol com maior precisão. Faz muitas perguntas aos seus pacientes sobre o que fazem, quais remédios tomam, o que sentem de sint
Elmo Franco (25.02.1942) 77 anos, amigo e paciente de Antônio. Antônio Maria Claret Chagas (23.08.1945) 73 anos, casado com Suely de Castro Chagas, 2 filhos, sendo um deles Luiz Antônio de Castro Chagas, farmacêutico, 4ª geração de farmacêutico da família Seu Antônio Claret é um simpático senhor que nos conquistou lá de São Paulo. Quando lemos sua história e a história do filho, Luiz Antônio, ficamos encantados por essa família de farmacêuticos que segue essa tradição. Entendemos que sua história também permeia a história da farmácia no Brasil. Da época em que havia poucos médicos disponíveis e os farmacêuticos eram as verdadeiras conexões com a saúde de comunidades inteiras. Que armazenavam as ervas nas boticas e tinham suas fórmulas, cada um com a sua, e faziam os remédios que cada um precisava para se curar. Desta época até a introdução da indústria farmacêutica e os medicamentos industrializados. Com ele, resgatamos toda essa história. De tímido para grande orador – tinha lábio leporino e muita dificuldade para falar em público, seu Antônio nos conta suas histórias com toda pompa que merecem. Desde pequeno, Antônio cresceu na casa com seus pais e seus tios. Irmãos que se casaram com duas irmãs. Seus tios não tiveram filhos e Antônio cresceu muito próximo a seu tio, João Geraldo Chagas, que era farmacêutico. Antônio perdeu seu pai quando jovem, com 15-16 anos de idade e seu tio foi como um segundo pai. Se formou em contabilidade, mas na farmácia, próximo ao tio, aprendeu o gosto pela profissão e pela história da família. Ele nos conta que gostaria muito de ser jornalista, mas ao escolher a profissão, decidiu seguir o caminho de seus antepassados. Cursou a faculdade de farmácia da UFMG, onde se formou em 1975. Seu tio pôde assisti-lo se formando e começando a atuação na farmácia da família. Meses depois, ele faleceu. É nessa época que a indústria farmacêutica começa a substituir os medica

Farmacêuticos – Histórias de uma Vocação

O fotógrafo André François e sua equipe foram em busca de farmacêuticos nas cinco regiões do Brasil com a missão de olhar de perto as relações desses profissionais com suas comunidades.

Apesar da dimensão do país e de suas diferenças culturais e climáticas, o cuidar tem o mesmo propósito em todo o território nacional. Empatia, afeto e respeito são algumas das muitas motivações desses profissionais que fazem a diferença na vida dos brasileiros.

Histórias De Uma Vocação é um documentário sobre farmacêuticos que percorre o Brasil em busca de histórias emocionantes em cidades de até 50 mil habitantes. Com o foco na valorização do profissional, o documentário mostra a relação de cuidado e carinho entre o profissional e a comunidade que ele atende.

1. Camila Nascimento Jorge (13.09.1982) 37 anos, solteira, farmacêutica (x) história - (x) entrevista Local: Bananal SP Status/Obs: foto e entrevista gravada em vídeo Texto: Nascida e criada em Bananal, Camila é uma simpatia. No nosso primeiro contato, ela já nos recebe com um sorriso aberto e pronta pra dividir sua história com a gente. Ela é uma mulher vaidosa, alegre e comprometida com o trabalho. Está arrumada pra receber a gente. Conta que é filha e neta de engeheiros químicos e que, durante a adolescência e começo da vida adulta, gostava muito de música. Já se apresentou em programas de televisão e fez parte do Rouge por um tempo. Sua mãe, Janice, professora de matemática e personalidade da cidade, insistiu para que Camila buscasse uma formação superior e, por causa da facilidade com química e exatas que herdou da família, decidiu prestar vestibular para farmácia. Cursou a graduação em São Paulo e, ao retornar para Bananal, trabalhou durante um tempo aqui até decidir abrir sua própria farmácia. No início, encontrou um sócio e fez contato com uma rede de farmácias, chamada Drogarias Ultra Popular. Conseguiu o aval para se tornar uma franquia e ingressou nessa empreitada. Depois de um ano de negócio, descobriu que seu sócio não geria bem o negócio e fez uma oferta de comprar sua parte. Feito isso, ela passou a administrar toda a parte da farmácia, além de realizar os atendimentos. Sua mãe a ajuda em muitas das tarefas da farmácia. Quando estávamos lá, por exemplo, ela foi ao banco trocar dinheiro por moedas para deixar troco na farmácia. Sua farmácia, a Drogaria São José do Bananal, tem hoje 3 anos de vida; ela, tem 12 anos de formada já. Ela me conta que as duas famílias tradicionais de Bananal que têm as outras farmácias da cidade, não queriam que ela abrisse sua farmácia aqui. Segundo ela, o preço de uma cartela de dipirona custava cerca de 10 reais antes dela abrir seu negócio. Camila tem muito carin
Antônio, Luiz Antônio e Luiz Gustavo. 3 gerações da família. Antônio Maria Claret Chagas (23.08.1945) 73 anos, casado com Suely de Castro Chagas, 2 filhos, sendo um deles Luiz Antônio de Castro Chagas, farmacêutico, 4ª geração de farmacêutico da família Seu Antônio Claret é um simpático senhor que nos conquistou lá de São Paulo. Quando lemos sua história e a história do filho, Luiz Antônio, ficamos encantados por essa família de farmacêuticos que segue essa tradição. Entendemos que sua história também permeia a história da farmácia no Brasil. Da época em que havia poucos médicos disponíveis e os farmacêuticos eram as verdadeiras conexões com a saúde de comunidades inteiras. Que armazenavam as ervas nas boticas e tinham suas fórmulas, cada um com a sua, e faziam os remédios que cada um precisava para se curar. Desta época até a introdução da indústria farmacêutica e os medicamentos industrializados. Com ele, resgatamos toda essa história. De tímido para grande orador – tinha lábio leporino e muita dificuldade para falar em público, seu Antônio nos conta suas histórias com toda pompa que merecem. Desde pequeno, Antônio cresceu na casa com seus pais e seus tios. Irmãos que se casaram com duas irmãs. Seus tios não tiveram filhos e Antônio cresceu muito próximo a seu tio, João Geraldo Chagas, que era farmacêutico. Antônio perdeu seu pai quando jovem, com 15-16 anos de idade e seu tio foi como um segundo pai. Se formou em contabilidade, mas na farmácia, próximo ao tio, aprendeu o gosto pela profissão e pela história da família. Ele nos conta que gostaria muito de ser jornalista, mas ao escolher a profissão, decidiu seguir o caminho de seus antepassados. Cursou a faculdade de farmácia da UFMG, onde se formou em 1975. Seu tio pôde assisti-lo se formando e começando a atuação na farmácia da família. Meses depois, ele faleceu. É nessa época que a indústria farmacêutica começa a substituir os medi
Iracema Pereira Lapa (24.10.1938), 81 anos, paciente de Ivan Max, de Cavalcante. Nasceu em Ibotirama, Bahia, mas viveu toda sua vida em Cavalcante. Ivan Max Vieira Correia (17.10.1980) 39 anos, casado, 3 filhas, farmacêutico, casado com Cristiana, também farmacêutica Nascido em Anicuns, viveu grande parte da vida em Americano do Brasil, Goiás. Veio para Cavalcante há 20 anos. Escolheu se mudar para a cidade para ajudar as pessoas, pois a região é muito pacata e humilde, segundo ele. Ivan promove essa ajuda orientando as pessoas e cuidando delas. O trabalho com farmácia começou quando Ivan tinha 14 anos. Aos 20 anos, ele trabalhava em uma rede de drogarias em Goiânia. Foi quando surgiu a oportunidade de comprar um posto de medicamentos em Cavalcante. (A diferença entre posto de medicamentos e drogaria é que no posto não há a necessidade de farmacêutico atuando). Ele aceitou a oportunidade e se mudou para Cavalcante, onde começou a se desenvolver ainda mais, adquirir aprendizado e perceber o perfil da comunidade. Em 2008, ingressou na faculdade, se formando quatro anos depois. Ivan fez parte da mesma turma de Adriane Rosa, farmacêutica que acompanhamos em Alto Paraíso, GO. Tanto ele quanto sua esposa, Cristiana, aproveitaram a oportunidade dos estudos em horários diferentes que eram compatíveis com cuidar da família e da farmácia enquanto estudavam. Ivan tem uma relação muito bonita com Cavalcante, ele conta sobre a cidade e a comunidade com muito amor e carinho. Uma das coisas mais marcantes do Ivan em sua atuação como farmacêutico é sua sensibilidade para perceber a necessidade da população e a abertura para auxiliar da maneira que pode. Segundo ele, essa é uma das coisas mais importantes nessa profissão: ajudar as pessoas. “Muita gente aqui da região não sabe ler, então a gente ajuda explicando, ajuda a tomar o medicamento.” Ivan costuma desenhar um sol e uma lua nos medicamentos para mostrar aos pacientes os períodos de tom
Perceber o mundo em que se vive é o primeiro passo para modificá-lo.
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paciente Ana Maria de Sousa. Ricardo Moita Sampaio 28 anos, solteiro, farmacêutico das Farmácias do Povo Trabalhador do Centro e da Paes de Carvalho Alenquer PA Entrevista e história Ricardo é um jovem de 28 anos e recém-formado em farmácia na faculdade em Santarém. Toda sua família vem de lá, onde nasceu e foi criado. A vontade de entrar no mundo da saúde pela faculdade veio da inspiração de sua mãe, que é enfermeira, e de seu irmão, que é distribuidor de medicamentos. São pessoas que ele fala com muito carinho. Na verdade, de toda sua família. Outra vontade, estudando saúde, era a de ajudar o próximo, fazer o bem e passar seu conhecimento a pessoas que precisavam de sua ajuda. E foi assim que Ricardo entendeu seu chamado e começou a direcionar sua profissão desde a faculdade. Uma conversa importante com um de seus professores o ajudou a perceber que essa era sua real vocação. Ao se formar, recebeu uma proposta de trabalhar em uma farmácia em Alenquer, a Farmácia do Povo Trabalhador, de Ivan. Ricardo conhecia os pais de Ivan e ajudou seu pai em cuidados de saúde no fim de sua vida. Ivan tem essa gratidão com Ricardo. Chegando em Alenquer, município com cerca de 56 mil habitantes, Ricardo iniciou seu primeiro trabalho como farmacêutico. Em pouco tempo, já conversou com Ivan e contou o que pretendia fazer como farmacêutico em sua farmácia. Ele gostaria de realizar atendimentos com a população local gratuitamente. Ivan topou e apoiou sua ideia. A partir de então, eles arrumaram a salinha que fica no fundo da farmácia para o atendimento e começaram a divulgar para a população local e do interior, conhecida como colônias. Ricardo atende de segunda à sexta no início do dia quem passar na farmácia. Ele pede às pessoas para chegarem em jejum para poder fazer os testes de glicemia e colesterol com maior precisão. Faz muitas perguntas aos seus pacientes sobre o que fazem, quais remédios tomam, o que sentem de sint
Elmo Franco (25.02.1942) 77 anos, amigo e paciente de Antônio. Antônio Maria Claret Chagas (23.08.1945) 73 anos, casado com Suely de Castro Chagas, 2 filhos, sendo um deles Luiz Antônio de Castro Chagas, farmacêutico, 4ª geração de farmacêutico da família Seu Antônio Claret é um simpático senhor que nos conquistou lá de São Paulo. Quando lemos sua história e a história do filho, Luiz Antônio, ficamos encantados por essa família de farmacêuticos que segue essa tradição. Entendemos que sua história também permeia a história da farmácia no Brasil. Da época em que havia poucos médicos disponíveis e os farmacêuticos eram as verdadeiras conexões com a saúde de comunidades inteiras. Que armazenavam as ervas nas boticas e tinham suas fórmulas, cada um com a sua, e faziam os remédios que cada um precisava para se curar. Desta época até a introdução da indústria farmacêutica e os medicamentos industrializados. Com ele, resgatamos toda essa história. De tímido para grande orador – tinha lábio leporino e muita dificuldade para falar em público, seu Antônio nos conta suas histórias com toda pompa que merecem. Desde pequeno, Antônio cresceu na casa com seus pais e seus tios. Irmãos que se casaram com duas irmãs. Seus tios não tiveram filhos e Antônio cresceu muito próximo a seu tio, João Geraldo Chagas, que era farmacêutico. Antônio perdeu seu pai quando jovem, com 15-16 anos de idade e seu tio foi como um segundo pai. Se formou em contabilidade, mas na farmácia, próximo ao tio, aprendeu o gosto pela profissão e pela história da família. Ele nos conta que gostaria muito de ser jornalista, mas ao escolher a profissão, decidiu seguir o caminho de seus antepassados. Cursou a faculdade de farmácia da UFMG, onde se formou em 1975. Seu tio pôde assisti-lo se formando e começando a atuação na farmácia da família. Meses depois, ele faleceu. É nessa época que a indústria farmacêutica começa a substituir os medica